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Fungos do solo eliminam 100% do mofo-branco, que afeta soja, feijão e algodão i6w1t

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Sebastião Araújo

Cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Embrapa identificaram espécies do gênero Trichoderma com alta eficácia no combate ao Sclerotinia sclerotiorum, fungo responsável por prejuízos significativos em cultivos estratégicos como soja, feijão e algodão. O estudo demonstrou que algumas cepas podem eliminar completamente os escleródios, estruturas de resistência do patógeno, abrindo um novo caminho para o controle biológico da doença.

A pesquisa, conduzida pela cientista Laísy Bertanha e orientada pelo especialista Wagner Bettiol, revelou que as cepas Trichoderma yunnanense e Trichoderma dorotheae são capazes de inibir até 100% a germinação do fungo, com o T. yunnanense alcançando 97,5% de eficácia. Os resultados indicam um grande potencial para o uso desses microrganismos como biofungicidas, oferecendo uma alternativa mais sustentável aos tradicionais fungicidas químicos, que são de alto custo e causam impactos ambientais.

Intercâmbio fortalecido para reduzir emissões de metano

Alternativa sustentável ao controle químico 5u630

O mofo-branco é uma doença de difícil controle devido à longevidade de seus escleródios no solo. O combate tradicionalmente depende do uso intensivo de fungicidas, que podem induzir resistência nos patógenos e provocar danos ambientais. O uso do Trichoderma como método biológico pode reduzir esses impactos e aumentar a segurança no manejo agrícola.

Segundo Bertanha, a aplicação de diferentes cepas pode melhorar ainda mais a eficácia do biocontrole, diminuindo a presença do patógeno no solo. O estudo destaca a importância de isolar microrganismos no mesmo ambiente de aplicação, garantindo maior eficiência no combate a doenças agrícolas.

Integração com práticas agrícolas 1j2e2w

Embora promissor, o biocontrole deve ser adotado em conjunto com outras práticas para maximizar os resultados. Estratégias como a rotação de culturas podem diminuir a incidência da doença, especialmente com gramíneas, que não são hospedeiras do fungo. A adição de matéria orgânica ao solo também favorece a presença de microrganismos benéficos, fortalecendo a resistência natural das áreas cultivadas.

Outra abordagem essencial é o uso de sementes de alta qualidade, já que o mofo-branco tem um comportamento monocíclico, em que o inóculo inicial influencia diretamente a severidade da epidemia. Dessa forma, a sanitização de máquinas agrícolas e o uso de sementes livres de patógenos são fundamentais para impedir a propagação da doença.

Brasil lidera avanço dos bioinsumos 1a2p48

Com um crescimento acelerado na adoção de biofungicidas, o Brasil se destaca como líder mundial no setor de bioinsumos agrícolas. O país responde por cerca de 20% do consumo global desses produtos, impulsionado pela busca por alternativas sustentáveis. No período entre 2021 e 2022, o mercado brasileiro cresceu 67%, segundo dados da Embrapa.

Apesar dos avanços, especialistas alertam para desafios como a produção em larga escala, a compatibilidade com práticas agrícolas tradicionais e a necessidade de capacitação de agricultores. Além disso, pesquisadores ressaltam a urgência de desenvolver biofungicidas para combater doenças como a ferrugem do cafeeiro e a ferrugem asiática da soja.

Impactos ambientais e econômicos 1r5k71

A adoção de bioinsumos na agricultura traz benefícios ambientais e econômicos, incluindo a redução de resíduos químicos no solo e na água, a preservação da biodiversidade e a diminuição da emissão de gases de efeito estufa. Além de representar menor custo a longo prazo, essa estratégia reduz o risco de resistência de pragas e impulsiona a produção local, fortalecendo a agricultura familiar.

Com essa descoberta, o Brasil reforça seu papel de liderança na pesquisa e no desenvolvimento de soluções sustentáveis para o setor agrícola, consolidando a integração entre ciência e inovação para uma produção mais equilibrada e eficiente.

(Com Cristina Tordin/Embrapa)

Autor: Fernanda Toigo

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Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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