Imagem: Simepar 2r3o5i

Com dados de georreferenciamento de várias instituições – incluindo a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) –, uma plataforma do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental) tem auxiliado a Defesa Civil e o Instituto Água e Terra (IAT) a detectar focos de calor antes que se tornem grandes incêndios, facilitando o acionamento do Corpo de Bombeiros para combate ao fogo.

O VFogo começou a ser desenvolvido há dez anos e atualmente faz um trabalho de sensoriamento remoto por satélites de alta resolução temporal e espacial, ambiente de processamento de alto volume de dados geoespaciais em diferentes formatos (Big Data) e modelos matemáticos de análise e aprendizagem construídos a partir de técnicas de inteligência artificial.

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O sistema faz acompanhamento em tempo real com dados dos equipamentos do Simepar, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Nasa, e conta com uma dezena de satélites de agências europeias e americanas que geram imagens – alguns deles com atualização a cada 10 minutos.

“O VFogo, com o uso dos satélites, detecta incêndios com temperaturas acima de 300°C ou que tenham atingido uma dimensão de 30 metros de extensão, por um metro de largura”, explica Gabriel Henrique de Almeida Pereira, pesquisador do Simepar.

O VFogo em 2024 detectou mais de 50 mil focos de calor, número muito superior a 2023, quando foram detectados aproximadamente 20 mil focos. Nos últimos três anos, os picos de ocorrências foram entre os meses de maio e outubro. Em janeiro de 2025 o sistema detectou 918 ocorrências: em fevereiro 974, em março 1.410, em abril 569 e em maio foram localizados 1.473 focos de calor.

Até maio de 2025, os municípios que mais registraram focos de calor foram Rio Branco do Sul (231), Prudentópolis (181) e Cruz Machado (172). Em todo o ano de 2024, os que mais registraram focos de calor foram São Jorge do Patrocínio (7.544), Alto Paraíso (3.725) e Altônia (3.060).

INCÊNDIOS – Importante ressaltar que um mesmo incêndio pode ter mais de um foco de calor. Quando um foco de calor suspeito é identificado, o Simepar aciona a Defesa Civil, que informa o Corpo de Bombeiros para verificar a situação no local indicado.

Segundo os dados do Corpo de Bombeiros, os incêndios florestais foram responsáveis por 13.555 combates, o que equivale a 10,8% de todos os atendimentos feitos pela Instituição em 2024. Entre 1º de janeiro e 11 de junho de 2024 foram 4.099 incêndios florestais combatidos pelos bombeiros. No mesmo período de 2025 foram 2.346.

A tendência é de que os casos aumentem nos próximos meses. “No outono e no inverno ocorre menos chuva, a umidade do solo e a umidade relativa do ar estão mais baixas, há maior predomínio de massas de ar seco e ocorrência de geada, que queima a vegetação. Esse conjunto de fatores deixa a vegetação mais propícia à propagação de fogo”, afirma Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar.

Por causa disso, a partir de junho, além dos alertas para a Defesa Civil e o IAT, todos os anos os meteorologistas do Simepar fazem um monitoramento através do VFogo para o Operador Nacional do Sistema (ONS). O objetivo é sinalizar os focos de incêndio em todo o País com agilidade para permitir que sejam atenuados possíveis danos ao sistema de transmissão de energia elétrica, que podem causar interrupções no fornecimento.

No dia 27 de maio a equipe do VFogo participou de uma reunião para um convênio com o Corpo de Bombeiros para emitir alertas diretamente para a instituição em breve.

(Com AEN/PR)

 

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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